Lopes Galvão Advogados

Escritório de Advocacia

Estratégias de Captação de Recursos para Startups: Decifrando o Código do Investimento

Para startups, a busca por financiamento é como navegar em mares desconhecidos. Enquanto os empreendedores trazem ideias inovadoras e paixão para o negócio, o capital é a âncora que impulsiona o crescimento. Neste artigo, exploraremos o mundo da captação de recursos para startups, desde os conceitos básicos até as opções avançadas, como ICOs (ofertas iniciais de moedas) e STOs (ofertas de tokens de segurança).

Conceitos Fundamentais:

Antes de mergulharmos nas estratégias, vamos entender os conceitos essenciais. A captação de recursos é o processo pelo qual as startups levantam dinheiro para financiar suas operações e expansão. Isso pode ocorrer em diferentes estágios do desenvolvimento da empresa, incluindo pré-semente, semente, série A, série B e assim por diante.

O Que os Investidores Analisam:

Os investidores avaliam várias áreas-chave ao considerar uma startup como uma opção de investimento:

  1. Equipe: Investidores procuram por uma equipe talentosa, experiente e comprometida.
  2. Modelo de Negócios: Eles analisam o modelo de negócios da startup para entender como ela pretende gerar receita e lucro.
  3. Mercado: O tamanho e o potencial do mercado-alvo são fatores críticos.
  4. Produto/Serviço: Investidores avaliam a singularidade e o valor do produto ou serviço oferecido.
  5. Tração: Tração demonstra que a startup está ganhando clientes e crescendo.

Tipos Comuns de Captação de Recursos para Startups:

  1. Investidores Anjos: Indivíduos ricos que investem capital próprio em startups em troca de participação acionária.
  2. Capital de Risco: Empresas de capital de risco (venture capital) investem em startups em troca de participação acionária.
  3. Financiamento Coletivo (Crowdfunding): Campanhas online em plataformas como Kickstarter e Indiegogo permitem que startups levantem fundos de várias pessoas em troca de recompensas ou participação.
  4. Aceleradoras e Incubadoras: Programas de aceleração e incubação oferecem financiamento, orientação e recursos em troca de participação.

ICOs e STOs: Novas Fronteiras da Captação de Recursos:

ICOs e STOs representam uma revolução na captação de recursos, aproveitando a tecnologia blockchain.

  • ICOs (Ofertas Iniciais de Moedas): As ICOs permitem que as startups emitam tokens criptográficos em troca de financiamento. Os investidores compram esses tokens na esperança de que seu valor aumente à medida que a startup cresce. No entanto, as ICOs são conhecidas por sua falta de regulamentação, o que pode ser um risco tanto para investidores quanto para as próprias startups.
  • STOs (Ofertas de Tokens de Segurança): As STOs são uma evolução das ICOs. Elas são mais regulamentadas e oferecem tokens que são considerados títulos financeiros, proporcionando maior segurança aos investidores.

Em conclusão, a captação de recursos é vital para o crescimento de startups. Para atrair investidores, as startups devem ter uma equipe sólida, um modelo de negócios convincente e demonstrar tração no mercado. Além das opções tradicionais, ICOs e STOs representam alternativas emocionantes, mas é essencial abordá-las com cautela e considerar a regulamentação e os riscos envolvidos. Com a estratégia certa, as startups podem navegar com sucesso no mundo da captação de recursos e trilhar o caminho para o sucesso empresarial.

O Papel Vital do Jurídico na Estruturação de Startups de Tecnologia

**Resumo:**

No mundo das startups de tecnologia, ignorar a assessoria jurídica pode ser um erro caro. Este artigo destaca a importância de ter um advogado especializado na estruturação de startups desde o início. Ele enfatiza como um advogado pode garantir conformidade regulatória, proteger a propriedade intelectual e negociar contratos favoráveis, evitando assim riscos e falhas comuns. Um estudo de caso ilustra como a falta de orientação jurídica pode resultar em termos desfavoráveis em parcerias estratégicas.

No escritório Lopes Galvão Advogados, oferecemos orientação jurídica especializada para startups, ajudando-as a evitar armadilhas legais e focar no crescimento de seus negócios. Não subestime o valor de um advogado na construção de uma base sólida para o sucesso a longo prazo de sua startup.

Cannabis Medicinal e a obtenção pela via judicial

No Brasil, as pessoas têm discutido cada vez mais o potencial terapêutico do uso da cannabis medicinal no tratamento de diversas condições de saúde. Inclusive, a cannabis é composta por mais de 100 componentes químicos, sendo o principal o THC, responsável pelos efeitos psicoativos. Da mesma forma, os Óleos Medicinais contêm o CBD, que é estudado por seus benefícios terapêuticos e não possui efeitos psicoativos.

No entanto, para obter a autorização de uso legal da cannabis medicinal no Brasil, é necessário seguir alguns passos importantes: (1) O paciente deve obter uma receita médica e um laudo médico que comprove a necessidade do uso no tratamento de doença. Posteriormente, o paciente deve (2) solicitar a autorização de importação especial da ANVISA. Ademais, A ANVISA é o órgão responsável pela regulamentação e fiscalização da importação de substâncias controladas.

Neste sentido, o nosso escritório faz todo o auxílio em todas as etapas aqui descritas no texto.

AGENDAR UMA CONSULTA

As operadoras de planos de saúde são obrigadas a cobrir tratamentos com cannabis medicinal, caso um médico especialista faça a indicação e haja aprovação da ANVISA. Caso o plano de saúde se recuse a cobrir o tratamento, o paciente pode buscar auxílio na Justiça para garantir esse direito.

É importante ressaltar que um médico especialista, com autorização da ANVISA, deve sempre indicar o uso da cannabis, e que ela não é uma opção para todas as condições de saúde. E, a cannabis medicinal pode ser uma opção segura e eficaz, e a lei garante que seu uso seja acessível.

Neste sentido, procure o seu escritório de advocacia de confiança e entenda melhor quais são os seus direitos. Conheça mais sobre os nossos serviços – clicando aqui!

Importância de um bom Compliance e Due Diligence na Startup

A recepção de aportes de investidores é um passo crucial para o sucesso de qualquer startup. No entanto, além do potencial financeiro, é importante que a empresa esteja preparada para atender aos requisitos legais e regulatórios do mercado. É aí que entra o compliance.

Compliance é o conjunto de práticas e processos que uma empresa deve seguir para cumprir as leis e regulamentos em vigor. Ele é fundamental para garantir a transparência e a integridade dos negócios, além de evitar possíveis sanções e problemas judiciais.

Investidores são cada vez mais exigentes quanto à governança corporativa e aos processos internos das empresas em que investem. Eles buscam garantias de que seus recursos estão sendo administrados de forma ética e transparente, e um bom compliance pode ser a prova disso.

Ademais, a implementação de práticas de compliance pode trazer outros benefícios para a startup, como a melhoria da gestão de risco, a otimização dos processos internos e a proteção da imagem da empresa.

Por isso, é essencial que a sua startup invista em compliance desde o início, para que possa se preparar para o recebimento de aportes de investidores e conquistar a confiança do mercado. Não deixe de considerar esse fator na sua estratégia de negócios e invista em uma cultura de ética e transparência desde o primeiro dia.

Pontos de Análise numa Due Diligence

Neste sentido, o investidor olha para a startup na hora de realizar a due diligence buscando encontrar respostas com base nos seguintes pontos:

  1. Modelo de negócios: a viabilidade e a escalabilidade do modelo de negócios é crucial para avaliar o potencial de retorno do investimento.
  2. Equipe: a equipe é um dos ativos mais importantes de uma startup, e é importante avaliar sua competência, experiência e dedicação.
  3. Mercado: avaliar o tamanho e a tendência do mercado, bem como a concorrência e as barreiras ao entrada é importante para avaliar a oportunidade de negócio.
  4. Progresso e resultados financeiros: avaliar o desempenho financeiro da startup, incluindo sua receita, despesas, lucro e fluxo de caixa, é crucial para avaliar sua saúde financeira.
  5. Tecnologia e propriedade intelectual: avaliar a tecnologia da startup e sua propriedade intelectual, incluindo patentes e direitos autorais, é importante para avaliar seu valor estratégico.
  6. Planos de crescimento e estratégia: avaliar os planos de crescimento e estratégia da startup é importante para avaliar seu potencial de retorno a longo prazo.

Veja um pouco mais sobre como o nosso escritório trabalha.

Metaverso! Parte 2

Internet do Dinheiro, foi aqui que paramos, certo? Em nosso artigo anterior começamos falando sobre Metaverso, as suas origens, entendendo que não se trata de um movimento recente, que a sua construção já se data desde, pelo menos 1984 com a obra Neuromancer.

Após, discorremos brevemente sobre a evolução da tecnologia sob o aspecto de infraestrutura; afinal, de uma internet rudimentar como no início dos anos 90, que existia toda uma geração de adolescentes que se conectavam à internet pelos seus computadores pessoais à meia noite de sexta-feira e só encerravam a conexão às 6h de segunda, por conta do pulso único telefônico, nos dias de hoje essa conexão é intermitente e se encontra nas palmas de suas mãos. Para esta primeira chamamos de Internet do Conteúdo, para então avançarmos até a Internet das Pessoas, da web 1 para a web 2.

Ainda na Web 2 tivemos movimentos de melhorias de integrações e automações, por isso chamamos de Internet das Coisas, conhecida como máquina-a- máquina (identificação, rastreamento, monitoramento, medição, automação, pagamentos, etc). Agora, o verdadeiro uso da internet é invisível para as pessoas, uma vez que existe uma comunicação máquina-a-máquina (M2M). Em outras palavras, é basicamente conectar qualquer aparelho, como um interruptor de liga e desliga, com a internet [1].

Beleza, falamos um pouco sobre esta evolução da infraestrutura da internet, e mas onde entra o Metaverso nisso?

O Metaverso já vem testando o seu funcionamento de tempos em tempos, como quando se popularizou no início da década 00 o jogo Second Life, mas não tínhamos toda a infraestrutura, a internet móvel era 3G, a banda larga de 1 a 10M, e isso para uma pequena parcela da população. Ainda faltou infraestrutura, e por isso é importante entendermos o que mais se passou.

Surgiu os quatro pilares da internet: SMAC (Social, Mobile, Análise — do Big Data e Inteligência Artificial — e Cloud computing):

O SMAC cria um ecossistema que permite que uma empresa melhore suas operações e se aproximem do cliente com uma sobrecarga mínima e alcance máximo. A proliferação de dados estruturados e não estruturados que está sendo criado por dispositivos móveis, sensores, redes sociais, programas de fidelidade e navegação no site está criando um novo modelo de negócios baseados em dados gerados pelo cliente. Nenhuma das quatro tecnologias pode ser uma reflexão tardia porque é a sinergia criada pelo Social, Mobile, Análise (do Big Data) e Cloud computing em conjunto, que cria uma vantagem competitiva.[2]

Em outras palavras, o negócio que agora se encontra na internet passa a ser fornecido por meio das mídias sociais como novas formas de alcançar e interagir com os clientes, ao mesmo tempo em que as tecnologias móveis mudaram a forma como as pessoas se comunicam, fazem compras e trabalham. A análise (do Big Data e da Inteligência Artificial) permite que as empresas compreendam como, quando e onde as pessoas consomem certos bens e serviços, para que possam ser mais inteligentes e até anteciparam algumas ações [3], e a computação em nuvem fornece uma nova maneira de acessar a tecnologia e os dados que uma empresa precisa para rapidamente responder a mercados em mudança e resolver problemas de negócios.

Ainda está um pouco complicado de entender, né? Vamos simplificar então!

Chegamos num ponto de infraestrutura em que tínhamos internet disponível em vários dispositivo, e todos eles coletando os nossos dados, porém estes dados são “sujos”, quer dizer, nada ordenados, e com pouca integração. Estávamos coletando muitos dados, e forçando (pela análise dessa Big Data e algoritmos de Inteligência Artificial) compreensão que fizesse sentido, com muita matemática, estatística, e assim por diante.

O resultado prático disso foi a vitória. Conseguimos! A gente já conseguia fazer predições assustadoras com poucos dados, conseguimos, destes dados individuais, montar avatares completos sobre cada pessoa na internet, e estes avatares, essas personas, que eram verdadeiras e fiéis representações de cada um de nós respondiam a qualquer coisa que fossem submetido: sobre os nossos gostos, sexualidade, time de futebol, amores secretos, corrupções que cometemos e deixamos os nossos rastros na internet, etc., absolutamente qualquer coisa, pois, diferente dos nossos eus físicos e verdadeiros, eles não mentem, nem escolhem o que querem responder ou omitir, e com isso a pessoa (ou empresa) detentora daqueles nossos dados podem saber qualquer coisa sobre cada um de nós.

Veja bem, querido leitor, não me refiro a uma teoria da conspiração. Refiro-me a uma tecnologia que existe, e foi amplamente usada. Na realidade, segue sendo usada até hoje.

E o ponto de explicarmos isso tudo neste conjunto de artigos é para, inicialmente, alertarmos sobre a falta de privacidade e controle. Já não há. E, por outro lado, para demonstrar que isso tudo foi alcançado na web 2, com dados sujos.

Metaverso é outra história.

A Web 3 tem dois pilares!

Metaverso é um ambiente inteiramente digital e controlado, todos os teus dados, ações, falas, absolutamente tudo está possibilitado e sendo rastreado de forma “limpa”. E aqui é onde queríamos chegar.

Se na web 2, com dados sujos, já foi possível chegar onde chegamos, chegar num ambiente com zero privacidade e nenhum controle, então como nos protegemos disso tudo e por que o Metaverso se mostra tão impactante?

Acredito que tenha ficado claro, para as empresas que estão no poder, passar a ter controle e acesso maior de dados (limpos) significa ainda mais poder. Em outras palavras, o metaverso, por si só, é uma realidade com objetivo claro. Afinal, já sabemos há décadas que os dados são o novo petróleo, nenhuma novidade aqui, então.

Mas não podemos ser negligentes, afinal a internet avançou novamente por meio de um grupo pequeno de Cypherpunks, tentando e tentando, até que aquele tal de Satoshi Nakamoto [4]inventou e lançou o Bitcoin [5], reinventando e trazendo todos nós para a era da Internet do Dinheiro.

E neste ponto vale à pena a gente aprofundar um pouco sobre seus ideais políticos, pois eles são, verdadeiramente, o contraponto ao Estado e proteção à privacidade. Ou seja, devido o seu amadurecimento desde a sua criação até os tempos presentes, e o encontro com oque se vem construindo em torno do Metaverso, a sua união vem sendo compreendida como os dois pilares da Web 3.

Por outro lado, como já dito, o surgimento das moedas digitais no início dos anos 1990 era ligado aos Cypherpunks, movimento que contava com forte ideologia libertária, fazendo remissão direta à filosofia de Mises e Hayek [6], que pregam justamente a descentralização do sistema bancário e, também, a descentralização do próprio sistema monetário. Ainda, em tempos da evolução da internet, a inquietação do grupo também dizia respeito à privacidade, sendo uma das maiores preocupações; os Cypherpunks tinham como proposta fazer uso da criptografia como forma de eliminar o controle Estatal, conforme seu manifesto:

Os cypherpunks assumem que a privacidade é uma coisa boa e gostaria que houvesse mais dela. O Cypherpunks reconhece que aqueles que querem privacidade devem criá-la para si e não esperar que governos, corporações ou outras organizações grandes e sem rosto lhes concedam privacidade por beneficência. [7]

Conforme narra Nicole Fobe, o que se iniciou como filosofia libertária rapidamente assumiu contornos anárquicos, por questões de algumas experiências iniciais que os provocaram a pensar num sistema que permitisse o completo anonimato, sendo elas o e-Gold e o Liberty Reserve [8]. Nesse sentido, o Bitcoin é a criptomoeda mais famosa até hoje, tida como mais valiosa justamente por ter sido a primeira a ser criada, com características que nenhuma outra ainda havia atingido — em especial, quanto à descentralização e desnecessidade de um terceiro intermediário.

A sua descentralização e desnecessidade de um terceiro intermediário quer dizer, noutras palavras, que ela não depende de um Banco Central para que haja a sua emissão, tampouco de uma organização por trás controlando e aplicando mudanças de regras conforme agendas políticas que estejam em alternância do poder de cada Estado, dando novos rumos à moeda. Outrossim, a regra de emissão, bem como as demais regras, já estão todas definidas no próprio código-fonte da criptomoeda desde o seu lançamento. Na maioria das vezes, o código é aberto, sendo transparente e de conhecimento geral, ficando a cargo do próprio mercado a flutuação do preço, independentemente da intervenção de terceiros.

Código aberto é importante! Quer dizer que você espalha a tecnologia de forma muito mais rápida, ela evolui, encontra-se os erros (bugs), promove-se uma comunidade e isso tudo acarreta em significativos valores, especialmente em ambiente que já estamos acostumados a interagir, de forma social desde a web 2.

A Internet do Dinheiro evoluiu muito rápido, e segue crescendo de forma sustentável, apesar de inúmeras opiniões tendenciosas do contrário. Afinal, se já entendemos que todo o mercado de Criptomoedas vem de uma origem de revolta e rebeldia, punk, e que desobedecer é necessário — pela proteção dos nossos direitos mais íntimos quanto à privacidade e menor controle, seja do Estado, seja hoje até de empresas privadas -, então faz sentido que haveria muita resistência por parte dos grandes poderes contra tudo que envolva algo relacionado a Criptomoedas, Bitcoin e Blockchain.

Neste ponto, vamos deixar para unir tudo num próximo artigo, e aí sim concluirmos sobre todos estes aspectos que levantamos. Pela união destes poderes a gente vem criando o Capitão Planeta da internet, um misto ambíguo e bipolar sobre como tratamos a privacidade e dinheiro, por um lado estamos totalmente exposto, e por outro temos as ferramentas certas para nos protegermos!


Texto publicado originalmente aqui.


[1] MORGAN, Jacob. A simple explanation of ‘The Internet of Things’. Forbes, Jersey City, 13 maio 2014. Disponível em: https://www.forbes.com/sites/jacobmorgan/2014/05/13/simple- explanation-internet-things-that-anyone-can-understand/#127401941d09. Acesso em: 10 mar. 2018.

[2] Texto original: “SMAC creates an ecosystem that allows a business to improve its operations and get closer to the customer with minimal overhead and maximum reach. The proliferation of structured and unstructured data that is being created by mobile devices, sensors, social media, loyalty card programs and website browsing is creating new business models built upon customer-generated data. None of the four technologies can be an afterthought because it’s the synergy created by social, mobile, analytics and cloud working together that creates a competitive advantage” (ROUSE, Margaret. Internet of Things (IoT). TechTarget, Newton, jul. 2016. Disponível em: http://internetofthingsagenda.techtarget.com/definition/Internet-of-Things-IoT. Acesso em: 10 mar. 2018, tradução nossa).

[3] “[…] o caso da rede de supermercados Target, dos EUA, que implementou um sistema de análise preditiva de dados (Big Data) baseado na varredura de um imenso volume de dados de seus clientes. O sistema concluiu por certos padrões de compras realizadas em cada fase gestacional, e tão logo uma cliente passou a comprar os produtos referentes as fases finais, a rede de supermercados enviou correspondências promocionais com produtos para criança recém nascida para a residência desta cliente, em particular. O curioso, neste caso, é que o pai dela descobriu a gravidez de sua filha através destas correspondências. Assim, inicia-se a discussão quanto à privacidade destes dados e o seu uso” (DUHIGG, Charles, 2012 apud GALVÃO, Lucas Lopes. Análise dos princípios fundamentais da proteção de dados e privacidade na cloud computing como modelo de negócios. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015).

[4] Satoshi Nakamoto é uma entidade; ninguém sabe se é uma pessoa ou um grupo de pessoas. Ele conseguiu dois grandes feitos: o de criar o Bitcoin e o outro de desaparecer. Curiosamente, todos os bitcoins minerados por ele ainda se encontram parados dentro de sua carteira, que nunca foi movimentada.

[5] NAKAMOTO, Satoshi. Bitcoin: a peer-to-peer electronic cash system. Bitcoin, [2018]. Disponível em: https://bitcoin.org/bitcoin.pdf.

[6] PECK, Morgen E. Report: The Future of Money. [S.l.], [s.d.]. Disponível em: http://spectrum.ieee.org/static/future-of-money. Acesso em: 10 maio 2017.

[7] Texto original: “Cypherpunks assume privacy is a good thing and wish there were more of it. Cypherpunks acknowledge that those who want privacy must create it for themselves and not expect governments, corporations, or other large, faceless organizations to grant them privacy out of beneficence” (HUGHES, E. A., 2017 apud JIA, Kai; ZHANG, Falin. Between liberalization and prohibition: prudent enthusiasm and the governance of Bitcoin/Blockchain technology. In: CAMPBELL-VERDUYN, Malcolm. Bitcoin and beyond: cryptocurrencies, Blockchains, and global governance. London: Routledge, 2018. p. 92, tradução nossa)

[8] O e-Gold e o Liberty Reserve eram moedas digitais anteriores ao Bitcoin, fundados em 1996 e 2006, respectivamente, serviam como formas de pagamento online, porém com características centralizadas e anônimas (FOBE, Nicole Julie. O Bitcoin como moeda paralela: uma visão econômica e a multiplicidade de desdobramentos jurídicos. 2016. Dissertação (Mestrado em Direito) — Faculdade de Direito, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2016. p. 48).

Metaverso! Parte 1

O mundo inteiro não fala em outra coisa senão Metaverso! E o que é isso?A empresa Facebook mudou o nome da sua holding para Meta, tem algo a ver? Isso é algo novo? Tem a ver com Criptomoedas, bitcoin e essa nova economia? Todas essas e outras perguntas é que iremos tentar responder nessa e no próximo artigo.

Acho que o melhor é já tentar mostrar de forma objetiva e clara o que é o Metaverso; e veremos a seguir que ele não é algo novo, tampouco foi inventado pelo Facebook. Metaverso, segundo N. Stephenson[1]:

O Metaverso é um mundo de simulação, uma representação gráfica tridimensional e dinâmica que os usuários acessam usando óculos e fones de ouvido e conectando-se, por meio de seus computadores ou terminais públicos, à rede global de fibra ótica.

Ainda complicado? O Facebook nos fez um grande favor e fez esse vídeo[2] explicando um pouco de como eles enxergam essa nova tecnologia e o seu uso:

Em outras palavras, estamos chegando num ponto de inflexão em que toda a infraestrutura de comunicação e internet, assim como os processamentos de dados e servidores estão chegando numa fase em que tudo aquilo que outrora imaginamos em ficção científica está se tornando realidade: o mundo físico está se encontrando com o mundo digital.

Veja bem, o Metaverso não é, de forma simplista, apenas o mundo digital, é muito além disso. Inicialmente se imaginava ele como sendo apenas digital, mas já chegamos num ponto onde entendemos que uma coisa não se distingue da outra, e ambas convivem juntas.

Isso nos leva ao primeiro ponto da nossa conversa, que é sobre o surgimento do Metaverso.

A Origem e História do Metaverso

Ele começou na literatura, podendo ser destacado dois livros: Dungens and Dragons, de 1974 e Neuromancer, de 1984. Enquanto no primeiro trata-se de um livro que introduz a ideia do RPG[3], em que a a gente entra em mundos de fantasia e assumimos papéis de personagens num mundo imaginário, já no segundo livro o personagem principal usa uma tecnologia que o transporta para outro mundo, onde seu frágil corpo físico é capaz de tudo.

Ainda na década de 80 e início de 90 se popularizou os jogos interativos text-based, com jogos como AberMUD e DikuMUD, de 1987 e 1990 respectivamente, e na sequência o livro Snow Crash de 1992, neste que o termo Metaverso foi cunhado onde humanos, como avatares , interagem uns com os outros e agentes de software , em um espaço tridimensional que usa a metáfora do mundo real.[4]

Na sequência, com a evolução dos computadores, nada mais natural que começássemos a ver e interagir com estes mesmos mundos em MMOG[5], tendo como os dois primeiros destaques os jogos Active World e Onlive Travaler, de1995 e 1996, para somente então termos o lançamento do jogo Second Life (2003, desenvolvido pela Linden Lab), Roblox (2004, Roblox Corporation) e Minecraft (2011, Mojan Studios) e muitos outros contam com um universo próprio e em constante crescimento. Ainda que cada um deles possua suas especificações, hoje em dia eles praticamente se retroalimentam.

Uma vez que muitos jogos online multijogador massivo conectando milhões de jogadores compartilham recursos com o Metaverso, mas apenas fornecem acesso a instâncias não persistentes de mundos virtuais que são compartilhados apenas por até várias dezenas de jogadores, o conceito de mundos virtuais multiversos foi usado para distingui-los do Metaverso.[6]

Já na década de 10, com toda a evolução da tecnologia de Realidade Aumentada e Realidade Virtual, vimos lançamentos de jogos como Pokémon GO (2016, Nyantic), VR Chat (2017 ) e Super Mario AR (2017, Nintendo), em que mais do que nunca os dois mundos começaram a colidir e coexistir, de uma forma que a gente comece a não separar tanto mais, e sim consiga integrar em nosso dia-a-dia de uma forma como a gente integrou o uso da rádio, do telefone, da TV e mais recentemente da internet, sem desgrudarmos da telinha do celular nunca mais.

Metaverso e Blockchain

Em 2007 uma pessoa com o pseudônimo de Satoshi Nakamoto publicou um artigo[7] descrevendo uma nova tecnologia de moeda digital descentralizada com uso de tecnologia Peer to Peer, e com uso de criptografia de forma que não dependeria mais de terceiros como bancos.

Este marco é importante, pois é a partir do Bitcoin que a gente sai da Internet das Coisas para a Internet do Dinheiro, com a resolução do Problema dos Dois Generais Bizantinos, mas isso a gente conversa numa outra oportunidade.

Nesse ponto, o surgimento do Bitcoin não pode ser considerado meramente como avanço tecnológico, mas também como uma reforma política, com objetivos claros de descentralização do sistema monetário tradicional.[8]

Tal reforma implica diretamente na reorganização dos sujeitos de direito, deslocando e substituindo os “terceiros intermediários”, cuja função serviria como pilares de confiança. Uma vez mais a realidade é alterada para uma nova Era das Máquinas, da sociedade da informação.

Assim, conforme os anos foram se passando (de 2008 aos dias atuais), se por uma esteira havia a evolução dos mundos virtuais (os metaversos), na outra vinha ocorrendo a evolução da Internet do Dinheiro com as criptomoedas, até chegarmos ao ponto onde essas duas se encontram.


Texto publicado originalmente aqui.


[1] Texto original: “[…] Il Metaverso è un mondo di simulazione, una rappresentazione grafica tridimensionale e dinamica alla quale gli utenti accedono indossando occhialoni e auricolari e connettendosi, attraverso i loro computer oppure terminali pubblici, alla rete a fibre ottiche globale.” (N. Stephenson, Snow Crash, Bantam, New York 1992, tr. it. Snow Crash, Bur, Milano 2007, p34.)

[2] META, Facebook. Gaming in the metaverse. 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5FwztKGQmd8>

[3]WIKIPEDIA. “Role-playing game, também conhecido como RPG, é um tipo de jogo em que os jogadores assumem papéis de personagens e criam narrativas colaborativamente. O progresso de um jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado, dentro das quais os jogadores podem improvisar livremente”. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Role-playing_game>

[4] Grimshaw, Mark (2014). The Oxford Handbook of Virtuality . Nova York: Oxford University Press. p. 702

[5] WIKIPEDIA. “Um jogo de interpretação de personagens online e em massa para multijogadores (Massive Multiplayer Online Role-Playing Game) é um tipo de jogo on-line que suporta uma quantidade muito grande de jogadores simultâneos, a qual pode chegar a milhões, além de um ambiente de interação de estado permanente. Isso significa que todos os jogadores interagirão com o ambiente virtual do jogo ao mesmo tempo e em tempo real, e que esse mesmo ambiente continua funcionando inclusive na ausência do jogador. Esse gênero permite aos jogadores a criação de personagens em um mundo virtual dinâmico online.”

[6] Peckham, Eric (25 de fevereiro de 2020). “Um multiverso, não o metaverso” . TechCrunch . Recuperado em 2021–04–02 .

[7] NAKAMOTO, Satoshi. Bitcoin: Um Sistema de Dinheiro Eletrônico Peer-to-Peer. 2007. Disponível em: <https://bitcoin.org/files/bitcoin-paper/bitcoin_pt_br.pdf>

[8] HUGHES, E. A., 2017 apud JIA, Kai; ZHANG, Falin. Between liberalization and prohibition: prudent enthusiasm and the governance of Bitcoin/Blockchain technology. In: CAMPBELL-VERDUYN, Malcolm. Bitcoin and beyond: cryptocurrencies, Blockchains, and global governance. London: Routledge, 2018. p. 92.

[9] PUREZONE. 2021.

A Era dos Dados e a Nossa Privacidade — Parte 1.

Estamos em meio a uma revolução digital, mais precisamente na Segunda Era das Máquinas, onde:

“[…] computadores e outros avanços digitais estão fazendo para a força mental […] o que a máquina a vapor e seus descendentes fizeram para a força muscular”[1] há 250 anos atrás

Conforme Brynjolfsson e McAfee , a Segunda Era das Máquinas se caracteriza pela evolução da tecnologia digital, da infraestrutura e da internet, o que ocasionou a modificação dos hábitos das pessoas, tanto no âmbito íntimo ou familiar como no trabalho, nas empresa e nas indústrias. Prosseguem os autores afirmando que:

“nós estamos em um ponto de inflexão — uma virada na curva onde muitas tecnologias que só eram encontradas na ficção científica estão virando uma realidade cotidiana” [2]

Em certo ponto da história, entendia-se a internet como sendo um território sem regras, no qual o Estado não podia chegar, predominando a ideia de que:

[…] os governos não iriam e não conseguiriam regular a Internet. O ciberespaço era, por natureza, inevitavelmente livre. Governos poderiam ameaçar, mas o comportamento no ciberespaço não poderia ser controlado. Leis seriam aprovadas, mas não teriam nenhum efeito. Não havia escolha sobre qual tipo de governo instalar — nenhum poderia reinar.[3]

Nesse ponto, Lessig se torna o maior expoente da corrente doutrinária que
defende que, dentro da rede de computadores, as normas criadas por linguagem de programação poderiam ter maior importância do que as normais jurídicas ‘tradicionais’ do ‘mundo real’, em benefício ao “mundo virtual” (tal pensamento se propagou em um momento em que ainda havia tal distinção). Suas obras revolucionaram a doutrina jurídica sobre a internet ao consagrar a importância do código (code) — conjunto composto pela infraestrutura física (hardware) e pela infraestrutura lógica (software) –
para regular condutas no âmbito da Rede. [4]

Com o surgimento das redes sociais, houve grande alteração no fluxo de dados, deixando esse de ser vertical e centralizado por empresas de mídia ou pelo próprio Estado, para virar algo descentralizado e distribuído, de tal forma a permitir que qualquer pessoa conectada à internet tenha a possibilidade de gerar conteúdo. Assim, também é importante ter como plano de fundo neste trabalho essa movimentação social, dentro dessa (r)evolução tecnológica pela Segunda Era das Máquinas.

Isso porque é a partir dela que pode ser possível averiguar as alterações no cotidiano das pessoas e como a proteção da privacidade se encaixa nisso: é pela mudança dos atores em vários aspectos dessa sociedade que se tem a necessidade de verificar a privacidade interagindo com o individual e o novo coletivo que se forma, e, agora, chegando ao ponto em que o usuário se coloca como ponto central no aspecto pessoal e até mesmo político e econômico.

Compreender essas alterações na sociedade da era da Internet das Coisas, significa também compreender a grande complexidade das relações as quais as pessoas estão sujeitas. Em diversos campos do Direito se busca encontrar uma nova “Teoria Geral”: citando Roppo [5]e MacNeil [6], é possível perceber que a sociedade não se comporta mais de forma binária e analógica, com determinantes exatos de tempo e espaço [7].

Em outras palavras, em tempos que as relações eram mais simples, as
regras de sociedade, assim como as de Direito, também acompanhavam a mesma simplicidade quando comparadas com os tempos atuais. Porém, ao analisar e entender a enorme diversidade e complexidade o qual a sociedade (digital) [8] se transformou, torna-se tarefa ingrata seguir na busca de uma teoria geral, onde tantos elementos interferem nas relações e sujeitos de direito.


[1] Texto original: “[…] computers and other digital advances are doing for mental power […] what the steam engine and its descendants did for muscle power” (BRYNJOLFSSON, Erik; MCAFEE, Andrew; The second machine age: work, progress, and prosperity in a time of brilliant technologies. New York: W. W. Norton & Company, 2015. p. 13, tradução nossa).

[2] Texto original: “[…] we’re at an inflection point — a bend in the curve where many technologies that used to be found only in science fiction are becoming everyday reality” (BRYNJOLFSSON, Erik; MCAFEE, Andrew. The second machine age: work, progress, and prosperity in a time of brilliant technologies. New York: W. W. Norton & Company, 2015. p. 15, tradução nossa).

[3] LESSIG, Lawrence. Code and other laws of cyberspace: version 2.0. New York: Basic Books, 2006. p. 3.

[4] LESSIG, Lawrence. Code and other laws of cyberspace: version 2.0. New York: Basic Books, 2006.

[5] ROPPO, Enzo. O contrato. Coimbra: Almedina, 1988.

[6] MACNEIL, Ian R. O novo contrato social: uma análise das relações contratuais modernas.Tradução Alvamar Lamparelli. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

[7] OST, François. O tempo do direito. Lisboa: Instituto Piaget, 1999.

[8] Comumente, separa-se a sociedade entre tradicional e digital, a vida “real” da digital. Contudo, tal separação é uma falácia, pois o ‘mundo digital’ se trata, na verdade, de uma via de comunicação, sendo confundido com a ideia de ser um lugar inexplorado, sem regras ou leis.

Post publicado originalmente aqui.

Just do it!

Em nossa última conversa a gente tratou de forma mais superficial sobre o contexto em que estamos inseridos neste dia-a-dia completamente caótico e de pandemia (sigam firmes e com saúde!). Ao final do texto falamos da necessidade atual de trabalharmos as Soft Skills e agora vamos aprofundar um pouco mais sobre isso e, principalmente, entender melhor sobre como o mercado está tratando esse assunto.

Começando pelo início: James e James propuseram que as Soft Skills seriam uma nova forma de descrever habilidades ou talentos trazidos para o ambiente de trabalho, como trabalho em equipe, iniciativa, pró-atividade, liderança, boa comunicação, atendimento nato ao cliente, resolução de problemas e etc. — dessa forma também sendo rotuladas como “habilidades profissionais” ou mesmo “habilidades genéricas”, enquanto as Hard Skills serão todas aquelas habilidades técnicas que tenham advindo de treinamento ou sejam mesuráveis.[2]

Entendido os conceitos e após este mais de um ano e meio de Covid-19, todos entendemos perfeitamente a necessidade de reinvenção, adaptabilidade, jogo de cintura e assim por diante. A economia ficou de pernas pro ar, a consequência disso foi o desemprego. Com o distanciamento abrupto necessário para não adoecermos ocorreu esse salto gigante no uso da tecnologia.

E não seria diferente, muitas pessoas enxergaram nesse momento sofrido situações de oportunidade, trabalhando as suas Hard Skills, tanto que houve uma explosão nas matrículas de cursos profissionalizantes, línguas estrangeiras e etc.[3]

Mesmo antes da pandemia Big Techs como o Google e a Apple já vinham contratando funcionários sem olhar tanto para certificações. Mas isso se dá pois essas empresas encaram a competência como sendo fator mais importante do que os certificados.[4]

Neste ponto, a competência conversa melhor com as Soft Skills de forma que pessoas interessadas acabam se entregando mais ao trabalho e realizando melhor as tarefas. Do que adianta conhecimento técnico se lhe faltar as outras competências para aplicá-lo de forma satisfatórias?

O terceiro pilar: para além das Skills

Ok, muito bacana essa história de skills, mas temos outro problema. Estamos em um país de 14 milhões de desempregados, você tem alguma das skills, busca estudar e trabalhar os seus dois lados do cérebro, mas, e quando falta o terceiro pilar, a experiência? Precisamente ela, tão exigida nas entrevistas de emprego por investidores ao entrevistar as startups e seus fundadores, como também pelos concurseiros voltados ao Poder Público.

Aos funcionários: ou nos deparamos com a situação de falta da Hard Skill ou no seu excesso acaba-se por não ter experiência. Não tenha medo de começar por baixo e não esqueça dos estágios, respeitando o seu desenvolvimento, pois o dia-a-dia ensina tanto ou mais que um MBA.

Aos empreendedores: ambientes de Hackathons ou Startup Weekends, assim como o auxílio de Incubadoras, Aceleradoras, Centros de Inovação e etc., ajudam nessa busca e organização para um melhor DIY (Do It Yourself). Comece cedo, comece logo, apenas faça e, como diria Sheryl Sandberg (COO do Facebook): Feito é melhor que perfeito![5]

Já aos concurseiros, a experiência também importa para o momento da sua prova, busque se ambientar e interagir com o local em que você deseja estar mesmo sem ter passado no concurso, pois lá dentro você irá entender como pensam, como agem e já estará respirando o mesmo ar daqueles que irão pensar a prova.

Desta forma, podemos entender que o melhor caminho é o equilíbrio entre esses três elementos. Organize a sua vida e carreira de forma macro, pense ao longo do próximo um ano e divida o seu aprendizado em um plano real e possível.


Texto publicado originalmente no Portal iMulher.


[1] MACENHAN, Diogo. Comunidade Sebrae. Por que Soft Skills e Hard Skills são tão importantes? — 25 de junho de 2021. <https://comunidadesebrae.com.br/blog/por-que-soft-skills-e-hard-skills-sao-tao-importantes>

[2] CUKIER, Wendy; HODSON, Jaigris; OMAR, Aisha. “Soft” Skills are hard — A review of the literature. Ryerson University : Canadá, 2015.

[3] VALOR INVESTE. LARGHI, Nathália. Procura por cursos online explode na pandemia; veja opções. 2020. <https://valorinveste.globo.com/objetivo/empreenda-se/noticia/2020/07/26/procura-por-cursos-online-explode-na-pandemia-veja-opcoes.ghtml>

[4] BRAINSTATION. Why Apple (and Other Tech Companies) No Longer Require a Degree. 2019. <https://brainstation.io/blog/why-apple-and-other-tech-companies-no-longer-require-a-degree>

[5] SANDBERG, Sheryl. Citação: “Done is better than perfect.” — Em tradução livre pelo autor.

Acelera, a revolução é agora!

Para começarmos a nossa conversa é importante esclarecer alguns conceitos que estão por todos os lados, então pergunto: você é Geração X, Y ou Z? Isso importa no contexto, porque a Geração X nasceu e entrou na vida adulta sob a ótica da tecnologia analógica, já a Geração Y (a qual me insiro) nasceu analógica e cresceu no meio da tempestade tecnológica, sendo obrigada a acompanhar de perto ou rapidamente ficaria para trás. Enquanto isso, a Geração Z e os Millenials já nasceram completamente inseridos no mundo da internet. Sendo assim, faço outro questionamento: qual a visão que cada um tem do mundo?[1]

E mais: o que isso tem a ver com a tal ‘revolução’ mencionada no título desta coluna? Será que a mera diferença de gerações e suas respectivas visões faz com que cada um tenha uma compreensão diferente do que nos cerca?]

Já estávamos todos conectados[2]

Em uma sala de aulas, hoje, todos os alunos estão conectados por mais de um dispositivo, como smartphone e smartwatch, por exemplo. Cadernos foram substituídos por notebooks ou tablets; os livros físicos por digitais; a Biblioteca por serviços de busca como Google; enciclopédias pela Wikipédia. Nesta última década os celulares ganharam a tela touch e, com isso, avançaram para um formato de smartphones. Nesta mesma sala de aulas há mais câmeras fotográficas que alunos, considerando que há câmeras embutidas em cada celular, tablet e notebook.

Os autores Brynjolfsson e McAfee alegam que “os computadores e outros avanços digitais estão fazendo para nosso poder mental (…) o que o motor à vapor fez para nosso poder físico”[3] há 250 anos. Quer dizer, considera-se como a Primeira Era das Máquinas a implementação da máquina à vapor, quando ocorreu a Revolução Industrial. Naquele momento as relações e a estruturação da sociedade rapidamente se modificaram, ocorrendo uma explosão demográfica no Planeta. Foram superadas as limitações naturais existentes em nosso poder físico e dos animais, gerando uma massiva quantidade nova de energia e poder — ao substituir pelas máquinas.

O ato de consequência desse excesso de poder resultante da nova tecnologia foi a da grande produção de alimentos e novos itens, aumento do comércio, novas relações interpessoais, de negócios e trabalhistas, entre vários outros.

O que se analisa no momento atual, a fim de se determinar como sendo a Segunda Era das Máquinas, diz respeito a maturidade de toda a tecnologia acumulada até este ponto em que estamos, uma vez que estamos nos permitindo substituir exercícios mentais nas mãos das máquinas. Estamos ultrapassando as nossas limitações (agora mentais) de tal maneira com vistas ao próximo nível de sociedade.

Isso tem um impacto enorme sob o ponto de vista econômico, social, de emprego e riqueza. Sendo a maior transformação econômica desde a Revolução Industrial[4].

Essa transformação faz ainda mais sentido quando inserimos a Internet das Coisas nessa matemática de tempos atuais, em conexão com as diferenças de visões das gerações; a evolução do processamento de dados, da Inteligência Artificial e como isso tudo vem influenciando a vida cotidiana.

A Pandemia acelerou tudo

Pensem comigo: não bastasse essa revolução que já estava em curso, surgiu a Covid-19 e nos obrigou a, mais uma vez, nos readequarmos e readaptarmos como questão de sobrevivência.

A nossa resposta foi ‘subir a barra’ uma vez mais e trazer pra dentro da Sociedade 4.0 todos aqueles que ainda iriam levar alguns anos para se adaptarem.

Em recente nota da empresa McKinsey & Company[5] referente à Covid-19, em uma perspectiva de análise de riscos, afirmou-se da necessidade de adoção de novos modelos de negócios híbridos, onde serão diferenciais as performances em novas habilidades, como social, emocional e habilidades cognitivas avançadas.

Em outras palavras, mais do que nunca precisamos estar conectados e atentos aos movimentos do mercado, mas não apenas seguindo o desenvolvimento tecnológico. Precisamos retornar ao que nos diferencia de outros animais, em nossas soft skills, revendo como interagimos uns com os outros.

O grande desafio para atendermos a essa demanda é que ainda nos encontramos em meio a uma guerra, com muito sofrimento pessoal e perdas. Nesse contexto, a compreensão, a paciência e a empatia se tornam particularmente necessários.


Texto escrito originalmente para o Portal iMulher.


[1] GUABIROBA, Juliane da Silva; e outros; Ambiente de Trabalho x Gerações Tecnológicas: Desafios Empresariais Contemporâneos no Brasil. Revista Valore, Volta Redonda, 5, e-5043, 2020.

[2] Nota do autor: A frase no passado é tendo como marco comparativo a pandemia da COVID-19. Já estávamos conectados ainda antes, e a pandemia acelerou ainda mais esta revolução que estamos passando.

[3] “Computers and other digital advances are doing for mental power — the ability to use our brains to understand and shape our environments — what the steam engine and its descendants did for muscle power.” In: BRYNJOLFSSON, Erik; MCAFEE, Andrew; The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies. New York: W. W. Norton & Company, 2015, p. 13. (Tradução livre do autor)

[4]A invenção de máquinas para fazer o trabalho do homem era uma história antiga, muito antiga. Mas com a associação da máquina a força do vapor ocorreu uma modificação importante no método de produção. O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala. Era possível ter fábricas sem máquinas, mas não era possível ter máquinas à vapor sem fábricas”. In: HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Editora Zahak: New York, 1936. p. 185.

[5] McKinsey Global Publishing; COVID-19: Briefing note #66, August 4, 2021. Site: <https://www.mckinsey.com/business-functions/risk-and-resilience/our-insights/covid-19-implications-for-business>

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